Os números das migrações para a UE não justificam alarme: “São dois ou três estádios de futebol”

O que está a acontecer nas fronteiras internas da União Europeia para justificar a multiplicação de medidas restritivas e de controlo que vêm sendo assumidas ou reclamadas por vários Estados-membros? Blanca Garcés-Mascareñas, especialista em imigração, integração e políticas de refugiados do centro de estudos internacionais CIDOB Barcelona, diz que a situação actual é, em termos de números, semelhante à anterior à pandemia. Mas se a situação actual é muito diferente da de 2015, Blanca Garcés-Mascareñas diz que é preciso recuar a 2015 “para perceber que a Europa está a fazer tudo para evitar uma nova crise de acolhimento de refugiados”. O ano de 2015 criou um “medo”. E é este medo que “faz com que se aceita coisas que há dez anos seriam impensáveis”. O problema, para Blanca Garcés-Mascareñas, “não são os refugiados, os números, a realidade” - o problema é a “reação exagerada”. O debate sobre as migrações está contaminado também por uma premissa errada, diz Garcés-Mascareñas. “Existe uma normalização da ideia de migraçao zero, que é totalmente irrealista”.

>> Acceder a la información